terça-feira, 15 de julho de 2014

Cuidados e precauções para o dia-a-dia

Em África, Ásia ou Américas


Aproveite os últimos paraísos que Deus nos deixou, inspire fundo e aprecie os odores e doçura destas paragens onde os nossos antepassados foram dos primeiros ocidentais a chegar. 







Cuidados diários



Higiénicos - 



Igualmente ameaçadoras são as doenças que proliferam nestas paragens e que vitimam grande parte das populações humanas fazendo com que a esperança de vida seja drásticamente menor do que na Europa.
Alimentares -



Segurança pessoal - 



Relações interpessoais - 







Precauções constantes



Antes de sair pense naquilo que vai levar, onde vai e o que vai fazer - coisas impensáveis no Ocidente mas que fazem todo o sentido nestas paragens!

Lembre-se que devido ao desenvolvimento desigual deste planeta existem pessoas que sobrevivem com uma pequena fracção do nosso rendimento pessoal, logo têm mais dificuldade em viver e o seu dia-a-dia é uma luta constante. Por consequência, é da natureza humana sentir atracção por aquilo que é bom, agradável, civilizado, perfumado, que é aquilo que encontram nos estrangeiros. Daí até à ilicitude, agressão, violência para conseguir ter algo desse ser maravilhoso que parece ter vindo de um paraíso muito diferente do inferno onde sobrevivem, vai uma fina e ténue linha.

Demográficamente são países e regiões diferentes do Ocidente, as taxas de natalidade e mortalidade são elevadas, esperança média de vida é mediana. Vive-se básicamente o dia-a-dia, ou seja é a sobrevivência!
O estrangeiro/visitante também tem de obedecer às regras da sobrevivência dessas sociedades adoptando usos e costumes, pode optar por não fazer e viver numa redoma fechada com seguranças e instalações protegidas!
- Mas existe sempre a possibilidade desse sistema de isolamento falhar e então o choque é muito maior pela falta de preparação.

Utilize vias de acesso públicas e frequentadas, iluminadas e com a maior dimensão possível, não utilize os caminhos dos bandidos e se tiver que o fazer não leve nada de valor consigo.


Sempre que possível ande acompanhado e informe sempre onde vai e por onde vai, a partir de determinada hora/final do dia abstenha-se de grandes deslocações e evite áreas periféricas das cidades.

No regresso a casa a horas tardias esteja atento se conduzir ou chame táxi para o levar a casa, os criminosos estão vigilantes toda a noite à aguardar que alguém caia na teia - não facilite! 

Assaltos e violência

Pelo que atrás foi referido existem sempre latentes esta ameaças, os desempregados, criminosos, mas sobretudo os jovens desinseridos são agentes potenciais de acções directas e indirectas, ilícitas e violentas, perpetradas contra visitantes e estrangeiros.
Em muitos casos com a conivência ou cumplicidade de agentes da ordem, que obtêm nestes esquemas o complemento que falta aos baixos salários e aumento do custo de vida que coloca em risco a sobrevivência das famílias, por vezes numerosas.

Desde o esquema fraudulento com que tentam seduzir o estrangeiro, furto simples ou elaborado, até ao assalto com arma, estes processos visam sempre o mesmo objectivo de tomar posse dos bens alheios.
O estupro e violação não andam distante destes processos pelo que é necessário cautela com o vestuário que realce as formas físicas, não incentivar comportamentos, nem ser demasiado cooperante com os criminosos.

A MELHOR CONTRA-MEDIDA PARA ESTAS ACÇÕES É PREVENÇÃO, a reacção a estes actos é tão perigosa como o acto criminoso em si, por vezes mais perigosa ainda por desencadear comportamentos irracionais quando o objectivo é pecuniário - visa os bens e não a integridade física!



Estas fotos ilustram o desfecho de um assalto em plena rua, correu mal para o assaltante que jaz depois de ter sido baleado com a própria arma - coisa rara!



Há factores fundamentais a ter em conta sempre:


- Criminosos conhecem bem o terreno, acessos e vias de fuga!
- Criminosos contam com cúmplices e o seu número pode não ser o que parece!
- Criminosos estão quase sempre armados para usarem essa vantagem no roubo dos bens!
- Criminosos que operam nos espaços públicos estão nervosos e tensos, bastando um gesto suspeito para desencadear a violência!


Passar pela experiência de ser assaltado é muito forte emocionalmente e foi devido talvez ao facto de não cumprir a norma principal - PRECAUÇÃO, se tivesse sido precavido não tinha levado a carteira à mostra, telemóvel ou malinha com o PC portátil.




Está a acontecer - o que fazer?

Se preza a sua integridade física entregue os telemóveis, relógio, jóias, PC e carteira, a sua vida vale muito mais que isso.

Se chegou a esta situação desagradável o seu ritmo cardíaco disparou e está em extrema ansiedade, respire fundo se os criminosos se afastaram - procure ajuda!
Acalme-se e recomponha-se, voçê está vivo!

Primeiros Socorros e auxílio a vítimas

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sobreviver em África e América do Sul - Minha experiência!

Antes de embarcar

Consulta do viajante nos centros de saúde - Imprescindível e obrigatória para destinos fora CE, conselhos médicos e orientação sanitária são para seguir com atenção e levar à letra - deles depende a sua sobrevivência!
Medicamento preventivo da Malária, começar a tomar 2 semanas antes de embarcar.
Medicação a levar Kit emergência, conforme indicação médica e para qualquer zona para onde vai: antibiótico largo espectro, medicamento contra diarreia, medicamente antipirético, repelente de mosquitos.

Planeamento do percurso - Deixar cópia com os familiares para que possa ser rastreado em caso de perda de contacto.
Obter dados e informação sobre pontos de contacto/apoio das autoridades diplomáticas e consulares, ONGs, estruturas internacionais no terreno.
Reunir informações sobre centros de assistência médica nos locais, contactos de confiança, pontos de abastecimento, alojamento, redes de comunicação, serviços e infraestruturas básicas - pode pareçer excessivo mas lembre-se da Lei de Murphy - fazer a pensar que acontece faz com que não aconteça!

Juntar e conferir toda a bagagem e material de apoio - Não se esqueça de nada e leve apenas o essencial que possa transportar!
Um canivete dá sempre jeito, mas não pode levar na bagagem de mão só nas malas do porão. Já tive problemas em muitos aeroportos ocidentais com o meu pequeno canivete suiço, o mesmo para artigos de higiene!
Camisas de mangas compridas, dependendo da zona leve vestuário apropriado.
Se é fan de animação não esqueça com as camisas de manga comprida as camisinhas, um descuido e fica infectado para toda a vida!

Embarque

Embolias venosas e crises de pânico - O ser humano não nasceu para voar nem para as profundezas aquáticas por isso é natural a ansiedade antes do embarque, relaxe e inspire fundo apreciando a paisagem!

Se viajar por muitas horas tenha em consideração a sua circulação sanguínea venosa, pode acontecer uma embolia nas veias devido à formação de coágulos pelo não funcionamento dos músculos das suas pernas. Por ter bebido poucos líquidos antes, pela baixa pressão do ar e reduzida humidade nas cabines dos aviões, para evitar tem de se levantar e dar umas voltas, parando carro, passeando pela coberta ou cabine do avião - não ligue se o acharem idiota ou pirata aéreo, explique a razão porque o faz - Traveller Thrombosis.

Há grupos de risco em que este problema pode ser fatal: grávidas, pessoas com insuficiência cardíaca ou sanguínea, pessoa com gesso/imobilizador da perna, recém operados sobretudo a próteses da anca e joelho.
Para obviar este problema usar meias de compressão venosa adequadas e à sua medida, não esquecer de levantar e dar umas voltas - na ultima viagem de 9 horas que fiz a África passei muito tempo na conversa com companheiros de viagem ocasionais junto à "cozinha do avião".

Chegada - Arrival

Muita atenção à chegada, mantenha-se ordeiramente e seja reservado e de poucos sorrisos, se der muita confiança está condenado!
É cultural pedir dinheiro ao turista por isso reserve desde logo pequenas notas para agilizar as coisas caso precise, guarde-as em diferentes bolsos e não na carteira.
Siga o percurso normal não se afaste, nem se deixe afastar!
Na inspecção das malas e documentos seja prestável mas não simpático, seja natural e não resista mesmo que seja forçado - infelizmente as autoridades usurpam do seu poder!

Acontece muitas vezes nos aeroportos a pressão sobre o turista, não se enerve, caso a situação se agrave chame outros agentes da segurança e converse calmamente com eles expondo a situação a várias pessoas (quantos mais tiverem conhecimento melhor) - se a coisa correr mal não saia da zona do aeroporto onde está, peça para telefonar para a embaixada/consulado e exija alojamento, comida e bebida.

Se sair da placa do aeroporto para a sala de espera sem incidentes atenção ao transporte para sair do aeroporto, não embarque em esquemas nem em táxistas de aspecto duvidoso. Se puder partilhar o transporte melhor, a não ser que seja homologado e de qualidade não embarque em transportes colectivos duvidosos - transporte público é coisa que infelizmente ainda não existe como na Europa.



Chegou ao alojamento e fez check in não esqueça os rituais dos hotéis com as gorjetas da praxe, apesar de não ser fan é uma tradição na África e Américas e o não cumprimento pode originar a referenciação do cliente por pessoas que estão ligadas ao crime organizado e quando colocar o pé fora do Hotel já sabe que está marcado!
Chegou ao quarto confira condições do alojamento, bom funcionamento do ar condicionado e muito importante a vedação de janelas e portas.
- Sem isto vai ser menu principal dos mosquitos!
Atenção à água que não é de confiança e cuidado com a água engarrafada que lhe dão - sempre fechada e lacrada! Evitar gelo nas bebidas.
Evitar carne e churrascos, tudo bem cozido. Se gosta de saladas como eu, esqueça e sacrifique-se.
Camisas de manga comprida, de dia arregaça à tarde puxa mangas para baixo, se sentar lugar público não fique quieto - existe uma técnica nativa que é estar sempre a mexer pernas para o mosquito não pousar!
Mosquito em África não tem horário, ataca todo o dia!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ameaça Sísmica em Portugal

As comunicações de emergência são necessárias nestas circunstâncias de catástrofes, sendo que os sismos são a grande ameaça. O adiamento da instalação de um Centro de coordenação e comunicações da Proteção Civil (planeado há muitos anos para Viseu, reparem que fica entre falhas sísmicas o que é estratégico para a nossa sobrevivência como estrutura económica e política), configura este falacioso adiamento um deliberado acto que pode ser fatal em caso de abalo sísmico!
Não é aceitável que as "negociatas" e as "influências" toldem o racíocinio de quem politicamente tem o dever de decidir esta questão da máxima importância, bem como a reformulação do modelo de Proteção Civil para uma estrutura eficiente que integre forças militares, de segurança e de socorro, bem como outros agentes da sociedade, de uma forma disciplinada, organizada e como disse antes: EFICIENTE.
A maioria dos cientistas calcula que a nossa área de maior actividade sísmica fica a sudoeste do cabo de São Vicente, na região do Banco do Gorringe. Foram lá que se situaram os epicentros dos maiores sismos do País, entre eles os de 60-63aC, 1033, 1356 e 1755. O banco do Gorringe é um fragmento de crosta do oceano, que resta desde o período do Cretácico Inferior. Surgiu de planícies no fundo do mar a mais de 5 000 m de profundidade. Esta falha regista deslocamentos verticais, conhecido como mecanismo de subducção entre duas placas tectónicas (as placas em cima das quais se move a crosta terrestre) da placa africana pela placa euro-asiática.




Eu tinha 6 anos de idade quando fui trazido para a rua em Lisboa ao colo do meu pai no último grande sismo que provocou danos no território português em 28 de Fevereiro de 1969, com epicentro nesta zona do banco de Goringe e magnitude entre 6,5 e 7,5. Recordo-me do terror que assolou as pessoas na rua em pijamas e robes, um sentimento generalizado de pânico que impede a clareza de raciocínio e que tolda a razão de quase todos. Viver um terramoto é uma experiência dramática, os que lhe sobrevivem ficam a conhecer a força imparável da Natureza e a nossa pequenez perante este fenómeno.
O epicentro do sismo de 1755 (o mais destruidor que afectou território nacional, e considerado com um dos mais energéticos a nível mundial, com magnitude estimada em 8,75) terá tido também o seu epicentro no Banco do Gorringe.
Há contudo cientistas e estudos recentes que, com base no tsunami que destruiu Lisboa, falam na possibilidade de se ter registado um movimento múltiplo nas falhas tectónicas: Goringe e placa do vale do Tejo.


Reparem nas falhas sísmicas em Portugal e de como está dramáticamente errada a nossa distribuição populacional, económica e política! Básicamente temos os nossos grandes centros demográficos nas falhas sísmicas principais, desde 1755 que nada aprendemos?


Os pequenos abalos sísmicos são segundo as regras da sismologia, um bom sinal: fazem uma significativa libertação de energia acumulada com a movimentação das placas, o que reduz as hipóteses de acontecer um grande sismo nos próximos tempos. Mas os sismos são impossíveis de prever.



Este diagrama demonstra a nível planetário as zonas sísmicas mais intensas, Portugal e os Açores estão em cima de zonas intensas - era bom acautelarmos mais os efeitos destes fenómenos.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011




O Socorro e a Emergência sempre foram aptências na minha vida, sempre me voluntariei para apoiar pessoas em situações de emergência, catástrofe ou simples necessidade. Tanto eu humilde socorrista, como os meus camaradas temos no ADN esta tendência humanitarista e assistencial, chama que permanece acesa por mais compromissos profissionais que tenhamos, por vezes com grave prejuízo familiar e pessoal. Há quem nos chame tolos ou quem não compreenda esta vocação que nos leva a abandonar a familia para estender a mão a quem precisa. A desprezar convívios pessoais e familiares para passarmos horas, por vezes dias contínuos em apoio de causas humanitárias e sociais.
A transportar ou socorrer doentes, estar presente para socorrer em eventos e manifestações em que por vezes as pessoas desdenham, desvalorizam, menosprezam, quem pareçe estar ali de corpo presente porque deve ser "doido" ou "gosta de mostrar a farda".
Esta predisposição para o socorro e para a análise do risco, coloca-nos muitas vezes em confronto com alguns profissionais que de socorrismo e humanitarismo só possuem o aspecto mercenário de receber ao fim do Mês. Aceito que nos digam que estão mais bem formados, preparados, rotinizados, mas não afirmem que são melhores que nós, porque em nós corre nas veias a tendência para o socorro e apoio humanitário sem recompensa, tanto mais que grande parte de nós tem outras profissões o que nos permite uma independência de visão e a análise pluridisciplinar e multifacetada da realidade da emergência e socorro.
Se há conceitos importantes apreendidos nesta área da emergência e socorro, um dos fundamentais é aquele que nos mostra que a abordagem das situações é holista, generalizada, encarando o socorro como acto de suporte básico de vida, manutenção condições assistênciais e reparação dos danos por forma a serem restauradas as estruturas e rotinas básicas de vida humana.